Delegado aponta que conduta de Fabiano Feltrin, prefeito de Farroupilha, pode não só ofender o ministro, como incitar ações violentas. Político alegou brincadeira e pediu desculpa. A Polícia Federal concluiu nesta segunda-feira (2) que há indícios de que o prefeito de Farroupilha (RS), Fabiano Feltrin, cometeu incitação pública ao crime ao afirmar que poderia homenagear o ministro Alexandre de Moraes colocando-o na guilhotina, encenando a decapitação.
O caso envolve uma live feita por Feltrin no dia 25 de julho. A Procuradoria-Geral da República concordou com a investigação.
Segundo a PF, "Feltrim, prefeito de Farroupilha/RS, não é um cidadão comum, mas uma autoridade política cuja influência sobre a população local é considerável. Por essa razão, espera-se que ele tenha plena consciência de que seus comportamentos podem não apenas ofender determinadas pessoas, mas também incitar ações violentas".
O delegado afirma que exige-se de um político ou qualquer servidor público "respeito, urbanidade e cautela ao se expressar ou criticar".
Em depoimento à PF, o prefeito alegou que suas declarações foram feitas em tom de brincadeira em um ambiente privado, sem intenção de ofender, e que ficou surpreso com a repercussão e que não sabia que estava sendo filmado e apagou o vídeo assim que soube.
Ele também reforçou que a fala foi inadequada e pediu desculpas. Para a PF, no entanto, "devido ao seu cargo de prefeito, suas palavras e gestos ganharam uma importância ainda maior perante o público".
A PF afirmou que o comportamento de Feltrim "revelaram-se, naquele momento, incompatível com a dignidade e o decoro exigidos pela função que exerce".
"Sendo ele uma autoridade com grande poder de influência, a cautela em suas palavras é ainda mais crucial, pois suas declarações podem, intencionalmente ou não, estimular comportamentos criminosos. Portanto, o cuidado com o que se expressa publicamente é não apenas uma questão de ética, mas também de conformidade legal", diz o relatório.
Agora, o caso deve ser enviado pelo STF para análise da Procuradoria-Geral da República.