Estudo 'Evolução da Prevalência de Covid-19 (Epicovid)', do epidemiologista Pedro Hallal, mapeou desenvolvimento da Covid-19 no Brasil desde o início da pandemia. Pedro Hallal durante CPI da Pandemia no Senado, em 2021
Jefferson Rudy/Agência Senado
O epidemiologista e professor Pedro Hallal, ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), recebeu nesta segunda-feira (13), em Atlanta, nos Estados Unidos, o prêmio David P. Rall Award for Advocacy in Public Health ("Prêmio por Defesa da Saúde Pública", em tradução para o português), da Associação Americana de Saúde Pública (APHA).
O reconhecimento se deu pelo trabalho do epidemiologista à frente do estudo de Evolução da Prevalência de Covid-19 (Epicovid), que mapeou o desenvolvimento do coronavírus no Brasil desde o início da pandemia.
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O estudo começou no Rio Grande do Sul em abril de 2020, poucos dias depois do início da pandemia, e durou até o fim de 2021, com 11 fases de coleta de dados. Nacionalmente, o estudo teve três etapas a partir de maio de 2020.
"O Epicovid foi um dos primeiros estudos do mundo a mostrar a importância do sintoma de perda de olfato e paladar, que era muito característico da doença. Foi também um dos primeiros estudos a mostrar que crianças pegavam (a doença) tanto quanto adultos. Mostrou também os resultados por nível socioeconômico, que as pessoas pobres tinham o dobro do risco de contrair o vírus", explica Hallal.
De acordo com a APHA, o prêmio foi concedido a Hallal por "compartilhar com o mundo dados de saúde da Covid no Brasil, apesar de ameaças a sua vida e seu bem-estar por parte do governo brasileiro", referindo-se à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Hallal, que atualmente mora nos Estados Unidos e é professor da Universidade de Illinois Urbana-Champaign, conta que firmou com o Ministério da Saúde para desenvolver o que está sendo chamado de Epicovid 2.0. O estudo deve pesquisar as repercussões da pandemia no país e coletar dados sobre os impactos da doença na educação, no mercado de trabalho, na saúde mental, além de sintomas de longo prazo e o conhecimento sobre vacina na população.
Epidemiologista Pedro Hallal durante entrega de prêmio nos Estados Unidos
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